Um jovem transmontano acumulou vasta riqueza, um título nobiliárquico e mandou erguer um palácio de inspiração parisiense que viria, no início do século XXI, a transformar-se no Pestana Palace Lisboa.
José Luís Constantino Dias nasceu em Murça, em 1855, no seio de uma família pobre. Aos 16 anos, zarpou em direção a São Tomé e Príncipe para fugir da miséria que lhe estava destinada. Foi bem-sucedido: tornou-se o maior produtor e comerciante de cacau da então colónia portuguesa.
O estatuto aproximou-o do rei D. Carlos, que lhe atribuiu um título nobiliárquico: Marquês de Valle Flôr. Dono de uma fortuna considerável, mandou construir uma espécie de Palácio de Versailles lisboeta em versão reduzida, com aposentos dignos de realeza, salas temáticas, jardins tropicais e o primeiro elevador de uma casa privada na capital. Infelizmente, após a sua morte, em 1932, o edifício começou a degradar-se.
Seis décadas volvidas, e por sugestão de um amigo próximo, António de Almeida Santos, Dionísio Pestana adquiriu a propriedade com a intenção de ali abrir o primeiro hotel do grupo em Lisboa. A recuperação das fachadas, das pinturas e vitrais e até dos jardins, coordenada pelo arquiteto Manuel Tainha, teve avanços e recuos. A páginas tantas, e perante um embargo imposto pelos vizinhos, Dionísio Pestana ponderou riscar o plano do hotel e transformar o palácio na sua residência na capital. Mas o imbróglio resolveu-se e o hotel abriu portas em 2001.
Monumento Nacional, Fama Internacional
Quatro anos antes da abertura do hotel, o palácio recebeu a classificação de Monumento Nacional. Adivinhava-se que o charme de outrora voltaria ao 54 da rua Jau. E voltou mesmo.
Nos últimos 21 anos, o Pestana Palace Lisboa viu passar pelos seus portões alguns ilustríssimos visitantes, como os Reis de Espanha, o Príncipe do Mónaco, Bill Clinton, Tony Blair, Mick Jagger, Prince, David Beckham, Jane Fonda e, claro, Madonna, que ali se hospedou nos primeiros seis meses da sua estadia em Lisboa. A estrela pop e a família ocuparam as quatro suítes reais – que dão direito a mordomo privado – e ostentam o nome dos membros da última família real portuguesa: D. Carlos, D. Amélia, D. Luís Filipe e D. Manuel.
Além destas, o hotel conta com 177 quartos e 13 suítes de categorias distintas, bem como uma série de salões, cada qual com o seu propósito. No bar Allegro é por vezes possível escutar música ao vivo tocada num piano Steinway & Sons muito especial.
Outros sons relaxantes encontram-se no premiado Magic Spa, perfeitamente dissimulado nos jardins. E basta atravessar a estrada para encontrar alguma animação: o edifício das antigas Cavalariças, adquirido posteriormente, é com frequência palco de festas memoráveis, mas também de eventos de solidariedade, organizados pelo Grupo e não só, sobretudo durante a quadra natalícia.
Pestana Palace
Lisboa
Fique num Palácio restaurado do século XIX, no coração de Lisboa.