Pousada Castelo Óbidos

Foi a primeira pousada histórica a abrir portas, em 1951, num dos sítios mais especiais do país, ou não estivéssemos dentro de uma das Sete Maravilhas de Portugal.

A Pousada Castelo Óbidos fica mesmo no interior do castelo de Óbidos, que remonta ao século VIII, quando foi construído por povos muçulmanos. Em 1148, o castelo foi conquistado por D. Afonso Henriques pela Porta da Traição – hoje uma varanda junto aos escritórios da pousada – e reconquistado mais tarde, em 1195, por Sancho I.

A aula de História não fica concluída sem explicar que este castelo, tal como a vila, foram repetidamente doados a rainhas. Primeiro a Dona Urraca, em 1210, e depois como prenda de casamento de D. Dinis a Dona Isabel, quando passou a pertencer à Casa das Rainhas.

A transformação em pousada começou em 1948, com obras na estrutura, muito abalada pelo terramoto de 1755. Hoje, a pousada tem dois polos. O mais recente, de 2013, com oito quartos mais modernos na ala junto à receção, e o antigo, do castelo, com 11 quartos. A parte antiga é a mais popular entre os hóspedes, de tal maneira que chegou a haver lista de espera para ficar na suíte Dom Dinis, situada numa das torres de menagem.

Aí, e apesar dos confortos da vida moderna, é possível ter a verdadeira experiência de dormir dentro de um castelo com paredes de pedra e poucas janelas. O acesso, no entanto, não é para todos e há que enfrentar degraus íngremes.

Dentro da pousada há luxos inigualáveis como caminhar por uma parte exclusiva da muralha com vista para a vila ou subir à torre Dom Fernando, uma experiência única.

O restaurante, também com vista e num ambiente romântico (de uma das mesas até é possível ver o mar), tornou-se conhecido pelos seus pratos típicos da região, reinventados pela chef Cláudia Santiago.

Por exemplo, o Bacalhau à El-Rei Dom Dinis, servido dentro de um tomate, ou o frango na púcara, uma receita de Alcobaça dos anos 60. Valem a pena também as sobremesas regionais, como a brisa do Lis, ou o gelado de ginjinha, a bebida local.

Apesar de carregar séculos de história e da decoração solene e medieval, com uma armadura completa a receber-nos na entrada para a ala do castelo, a pousada mantém um ambiente familiar. Alguns empregados estão ali há décadas, sucederam aos pais nos cargos e conhecem todos os cantos à casa.