Tudo começou no início da década de 1950, com a construção da barragem da Caniçada, que envolvia engenheiros (muitos) e a necessidade de encontrar um espaço para os acolher (poucos). Essa foi a primeira vida da Pousada Caniçada-Gerês.
Tudo começou no início da década de 1950, com a construção da barragem da Caniçada, que envolvia engenheiros (muitos) e a necessidade de encontrar um espaço para os acolher (poucos). Essa foi a primeira vida da Pousada Caniçada-Gerês.
Com a alteração da bacia hidrográfica do rio Cávado, a zona foi-se transformando em área de lazer, e aos engenheiros sucederam-se os turistas. Inicialmente pensado para permanecer apenas como restaurante, o espaço assumiu-se definitivamente como pousada em 1968 – com direito a inauguração pelo então Presidente da República Américo Tomás –, e foi alargando a sua oferta com os anos. Em 1990, reabriu com 29 quartos, e, em 2008, com os atuais 36, refletindo a popularidade da Caniçada-Gerês e a sua localização única.
Embora a pousada esteja situada a apenas 500 metros de altura, parece que está a 1500, dada a vista deslumbrante de montanhas e de rio, e o declive acentuado até ao Cávado. À noite nem sequer faltam as luzes das aldeias ao longe. Se quiséssemos descrever a pousada numa frase, chamar-lhe um chalé suíço nas encostas do Gerês não andaria muito longe da verdade: pés-direitos baixos (exceto na lindíssima sala de estar, com cerca de seis metros de altura), madeiras escuras, barrotes a cruzar os tetos, cores quentes, inúmeros recantos, lareiras crepitantes para alegrar os dias frios, num ambiente sem luxos mas acolhedor como poucos.
A explicação para esse ambiente está também nos primeiros responsáveis pelo espaço, ainda no tempo do Estado Novo: os Ballier, um casal francês que ficou com a concessão da pousada até ao 25 de Abril, e que lhe conferiu o toque de casa dos Alpes, nas cores e na iluminação, que permanece até hoje, mesmo com os sucessivos alargamentos. Para os mais atrevidos, existe uma piscina com água vinda da nascente – e que, por isso, demora mais a aquecer do que uma piscina em Albufeira –, e as famílias numerosas têm possibilidade de reservar quartos comunicantes.
Ao fim de 70 anos de vida numa região tão luxuriante quanto o Gerês, a natureza já tomou conta da pousada e assimilou-a como sua. A parede de glicínias no pátio exterior do edifício principal é o fundo perfeito para aquela foto que mais tarde vai querer mostrar aos netos, e os jardins ao redor são quase uma continuação da serra. É o espírito da montanha no seu melhor. Ouve-se a água a correr. O sino da capela a tocar. Os pássaros a cantar. Como se estivéssemos num episódio da Heidi.
A não perder
Pousada Caniçada-Gerês
A Pousada, quase nas nuvens, com a melhor vista sobre o Gerês.